quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Vejo Gente matando Gente!
Dentro da realidade é o Homem - Bicho!
Ora abortando criança inocente!
Depois a jogando no lixo!
Desde ao cantar de um pássaro!                                                                               
Ao desabrochar de uma flor!              
Eu nostálgica a admirar!
A Natureza a celebrar o amor!
Velhos jovens e crianças passam por cima de mim,
Ao me verem alquebrada assim,
Podre cheia de buraco, apodrecida,
Nem imaginam que eu tenha vida.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

A mãe natureza chora e o povo também chora

Entulho, lixo, lama.
Água das montanhas descendo.
Árvores e casas desabando.
A Mãe Natureza chorando.
O povo chora, eu também choro.

A Mãe Natureza não perdoando.
Velhos, jovens e crianças morrendo.
Bombeiros socorrendo, alguns deles morrendo.
A Mãe Natureza chorando.
O povo chora, eu também choro.

Gente correndo.
Pessoas desaparecendo.
Avalanche as soterrando e as matando.
A Mãe Natureza chorando.
O povo chora, eu também choro.

Muitos desolados.
Estradas estão interditadas.
Muitos cabisbaixos caminhando.
A Mãe Natureza chorando.
O povo chora, eu também choro.

Gente se indignando.
Encostas desabando.
Casas desmoronando.
A Mãe Natureza continua chorando.
O povo chora, eu também choro.

Um olhar sobre Dona Sorocaba

Ela não tinha nem nome! Quando a vi nascer!
Olhei para ela desde pequenininha! Com seu rio a correr!
Desbravei suas matas! Muitas mudas de flores eu plantei!
Quanta casa eu construí! E o progresso eu trouxe aqui!

Olhei para Dona Sorocaba! De igual para igual!
Ela sem tamanho! Ela quase uma menina!
Caminhei por sua colina! Banhei me nas suas águas cristalinas!
E muitos peixes eu pesquei ali!

Sua mata ainda era virgem! Nenhum homem havia tocado!
Tinha muitas espécies de caças! Que muito tempo depois havia acabado!
Muita gente por ali tinha chegado e fixava sua morada!
Fizeram suas casas desde o alto até a baixada!

Dona Sorocaba vai crescendo! Já não é mais uma menina!
Uma bela moça vai se formando!
E aos poucos se expandindo!
Muitas cores e formas  vão surgindo!
Dona Sorocaba vai me abraçando!

Eu só olho para Dona Sorocaba!
Já não olho mais para ela!
De igual para igual!
Eu bato até sua cintura!
Com tanta espessura!
Meu braço tão curto!
Tão desigual!

Dona Sorocaba agora é uma Mãe!
Muitos Bairros e Ruas estão nascendo!
A sua população está crescendo!
Dona Sorocaba já não é mais a mesma!
Não é vaidosa!
Só um pouco orgulhosa!
Seus filhos continuam vindos! Sempre lindos!

Feios só  quem os enxerguem!
A longa distancia!
Para Dona Sorocaba como Mãe!
Continuam a serem lindas crianças!
Que nascem de suas entranhas!
E Tem sua fisionomia!
Dona Sorocaba! A todos acolhem!
Aqueles que chegam com esperança!

Dona Sorocaba! Hoje uma Senhora!
Já não é mais uma indigente!
Elevada a categoria de Vila!
Tornava- se importante!
Seu sonho de Mãe se realizava!
Com o Progresso que chegava!
Dona Sorocaba!
Com suas industrias sonhava!

Passou a ser Município!
Hoje é uma grande cidade industrial!
Não posso olhar para ela de igual para igual!
Para erguer meu olhar para a Senhora!
Preciso de um banquinho!
Ou melhor duma escada!
Só para poder te olhar!
Dona Sorocaba!

Tragédia da Professorinha

Ela era jovem e bonita
Ainda pouco formada
Usava laço de fita
Buscava a escola sonhada
Lá pra banda da baixada
Sua sorte foi traçada

Mocinha inteligente
Muito vaidosa e atraente
Usava e gostava de minissaia
Não se importava com a mente
De toda aquela gente do sertão
Importava mesmo, era sua vocação.

A professorinha era brava
Queria ensinar demais
Dava aula de manhã
Inda à noite pra rapaziada
Só não sabia ela
Que alguns eram cobras criadas

Ela muito queria
Que eles aprendessem tabuada
Da mesma forma a gramática
Também por ela ensinada
E fizessem muita experiência
A sua aula de ciências

Despertava paixão e ódio
Naquela gente ruim
Que fora tomando raiva
Da jovem professorinha
Nem por sonho ela imaginava
Que sua vida estava curtinha

Um homem se fazendo de louco
Naquele mato distante
Espreitava a professorinha
Esta muito confiante
Coitadinha, nada sabia!
Que à distância, o cabra a seguia.

O maldoso a observava
Da baixada do Matão
Seus movimentos ele controlava
Escondido no grotão
Em felino se transformava
Com a bravura de um leão

Chegando ao alto do monte
Em frente ao capoeirão
O bandido ataca a professorinha
Arrancando suas vestes então
Dando-lhe um enorme bofetão
Seu corpo tomba e cai ao chão

Na escola nunca faltava
Ela que era pontual
A criançada se alvoroçava
Pois pressentira o grande mal
Que aconteceria a professorinha
Beirando o matagal

Aquela cena horrível
Por aquela gente jamais esquecida
Beirando o matagal
Aquele corpinho sem vida
Envolvido por um jornal
Levando um sonho e um ideal
Apiaí perde a bela professorinha
Nas mãos de um anormal