terça-feira, 10 de julho de 2012
quinta-feira, 5 de abril de 2012
ANTES SELVA SELVA
ANTES SELVA, SELVA
Antes selva, selva
Hoje selva pedra
Ou melhor, selva de pedra
O que vamos deixar para nossos netos?
Lembra- se bem antigamente!
Aqui ao poente, havia selva
Rios de águas claras, não poluídas
Hoje com o aumento da população
A natureza encontra- se sem vida
O tal progresso a contaminou
Já não existem madrigais,
Nem pardais
Nem as maritacas nos pinheirais
Nem coqueirais
O sol rasgou a cerração
Deu lugar ao aquecimento global
A tal globalização
É a modernidade que vive o cidadão
O que defendemos?
O que admiramos?
Onde habitamos?
Onde habita o pobre, o rico e o nobre?
Acompanhe o deslize da ecologia
Donde nasce o desejo de retratar, escrevinhar
Não precisa ter a sabedoria dos sábios
Mas sim daqueles mais velhos
Aprende se olhando o passado
Necessita-se da sabedoria da alma
Não precisa cursar grandes faculdades
Mas sim cursar a faculdade da vida
Ás vezes atrevida
Outras vezes dolorida
Não é o mesmo retrato de outrora
Não existem as grandes árvores centenárias
O ambiente é tão quente agora
Hoje predomina o concreto
Será selva de pedra que vou deixar para o meu neto?
Autora: Raide Aparecida Sales de Andrade
terça-feira, 3 de abril de 2012
O Por do Sol e algo mais
O Por do Sol e algo mais
Amarelando e vermelhando a imensidão,
Um horizonte em chamas,
Também o arco Iris,
Isto é, arco da velha para os antigos
Onde se ocultava um pote de ouro,
Um valioso tesouro,
Aliança de Deus com Noé,
No presente,
A aroeira,
No caminho do rio, a lavadeira
O Ipê roxo, o ipê branco,
A quaresmeira,
A fauna e a flora,
As águas as nascentes,
Os poucos sobreviventes
Das enchentes,
Antigamente, um verdadeiro Oasis.
Só resta uma tapera,
Antigamente, uma casa de pau a pique,
Ou casa de taipa com cobertura de sapé,
Verdadeira arquitetura da terra.
O cupinzeiro, o formigueiro.
A casa do João de Barro num pinheiro.
Um capinzal
Para alguns tudo isso é banal
Não passa de um capim vulgar
Mas tudo isso. É motivo para escrevinhar.
RAIDE APARECIDA SALES DE ANDRADE
O Sertão Quase Uma Lenda
O SERTÃO QUASE UMA LENDA
O sertão vai virar mar
O mar vai virar sertão
Para tomar banho de mar
Não terá mais condição
Hoje é uma lenda
Acabou-se o sertão
É uma saudade
Lá se foi
O ronco preguiçoso do carro de boi
As campinas, os escampados
Os cerrados
Pelo lápis cinzento do asfalto
Foram riscados
O caboclo jamais será vislumbrado
O homem do campo
O homem de sela
A pinguela
A tapera, a estradinha singela
O ranchinho pitoresco
Beirando a estrada
A vereda silenciosa enfeitada
Os buritis altaneiros
Coloridos pelo gorjeio
Que vem da passarada
Iguais às cores de uma aquarela
Hoje substituído pela modernidade
Emendando- se com a cidade
Já tomando conta do sertão
Não existe mais o sertão de lua cheia
A noite cheia de poemas
Aqueles originais
Do crepúsculo além dos pinheirais
Das árvores em centena
O sertão quase uma lenda
Não existe mais
RAIDE APARECIDA SALES DE ANDRADE
Obra do Supremo Criador
OBRA DO SUPREMO CRIADOR
Ver a baixada e o baixadão
O homem com seu enxadão
Derramando suor no chão
Nas ruas de sua plantação
Para alimentar sua população
Eu sonhando num ônibus
O ônibus passa veloz
Pelo asfalto indo apressado
Vejo a beleza dos lados
Nos pequenos arbustos, nas lindas samambaias
Sentindo o vento a passarada
As cigarras a cantar
A quaresmeira a florir
O agricultor a sorrir
O milharal abafar
Muita boca sustentar
O milho depois secar
A semente colher
O ônibus ainda a correr
A árvore grande na colina
O pequeno rio com sua água cristalina
Eu dentro do ônibus a sonhar
Aqui a poluição não contamina
A plantação do feijão
Com seus grãos já maduros
Estão prontos para colher
O ônibus e o riacho a correr
A casinha cor de rosa no pé da serra
A quaresmeira ainda em flor
As vaquinhas pastando ao seu redor
O João de Barro e a Joana celebrarem o amor
O jardim com suas florzinhas silvestres e singelas
Lilás, rosa, e amarela
Completando a mais linda aquarela
A lagoa o tabual
A cantoria dos sapos e seu coral
No taquaral
Obra do Supremo Criador
Autora: Raide Aparecida Sales de Andrade
Como é bom sonhar
COMO É BOM SONHAR
Como é bom reencontrar o verde
Num campo seco
Onde sofre e com as conseqüências do calor
Também sofre o criador
Ao ver morrer tanta gente
Só se escuta o clamor vindo dum povo demente
Já na Natureza não existe mais flor
Quase não se celebra o amor
Autora: Raide Aparecida Sales de Andrade
Mamãe ficou velhinha
MAMÃE FICOU VELHINHA
Já havia reparado
Algum tempo ela dormia mais cedo
Desequilibrava- se do nada
De tudo sentia saudade
Mamãe ficou velhinha
Muitas vezes eu me entristecia
Ela caminhava toda cuidadosa
Às vezes quase caía
Havia passado maus bocados
Hoje eu a quero nos meus braços aconchegados
Mesmo estando velhinha
Não vou deixar minha mãe sozinha
Você ainda é bela
Mesmo que sua pele esteja enrugadinha
Mamãe amo te tanto
Se você chorar
Com meus beijos vou enxugar seu pranto
Sempre sua memória some
Mamãe ficou velhinha
Mesmo abatida e cansada
Sempre será “a rainha do lar”
Merecerá um Oscar
Mesmo se o tempo passar
Sua existência eu quero aproveitar
Irei sempre te amar
Frágil! Não quero vê-la ficar
“Psiu,” Mamãe, de você vou cuidar
RAIDE APARECIDA SALES DE ANDRADE
Algumas Justificativas
Algumas justificativas
Se chorar por ter perdido o sol
Tuas lagrimas te impedirá
De ver as estrelas
E a beleza ao SEU redor
Se a vida te oferecer um limão
Mesmo SENDO azedo
Aproveite-o
Faça uma BOA limonada
Se alguem lhe atirar uma pedra
Não a jogue de volta
Construa sua morada
Não vale a pena retibuir a pedrada
RAIDE
Algumas Justificativas
Algumas justificativas
Se chorar por ter perdido o sol
Tuas lagrimas te impedirá
De ver as estrelas
E a beleza ao SEU redor
Se a vida te oferecer um limão
Mesmo SENDO azedo
Aproveite-o
Faça uma BOA limonada
Se alguem lhe atirar uma pedra
Não a jogue de volta
Construa sua morada
Não vale a pena retibuir a pedrada
RAIDE
segunda-feira, 2 de abril de 2012
como é belo
Como é belo
Lá estão as cascatas
Contrastando com o verde musgo das pedreiras
Com suas águas espumantes iguais as geleiras
Escurecendo em baixo as funde iras
De vez em quando saltando
Alguns lambaris prateando
Eu do alto das pedras observando
Hora ou outra escuto a cigarra cantando
Camuflada num tronco sapecado
O sol vem queimando o meu bronzeado
Existe o pouco verde no cerrado
Algumas rochas são de uma beleza sem par
Perco a fala. Fico no silencio
Só quero olhar
Cada curva subindo na pedra
Parece escada dum castelo
Visto do alto
Como é belo
Vejo também do alto as cavernas
Que resistiu a idade da pedra
Não são só bonitas
Mas sim uma sábia arquitetura
Uma bela pintura
Feita por nossos antepassados
Hoje pouco divulgada
Só agora as cavernas são exploradas
Nas poesias são declamadas
RAIDE APARECIDA SALES DE ANDRADE
a velha guerreira
A VELHA GUERREIRA
Saímos logo de manhãzinha!
A perambular por aí!
Observamos e conversamos a respeito da natureza!
Muita tristeza eu senti!
Caminhamos por uma trilha!
Antes considerada uma maravilha!
Hoje não é aquela mesma de outrora!
Por que a mão do homem a está destruindo agora!
Está acabando com a natureza!
Diz que é para o bem do povo
Desde aquela vertente de água cristalina
Onde hoje a poluição humana contamina!
Vimos uma arvore anciã toda arqueada!
Enrugada pelo passar da idade!
Parecendo uma velha mãe cansada!
Cabisbaixa recordando sua mocidade!
Quando era jovem, bela e formosa!
Altaneira e faceira!
Lutou contra ventos e tempestades majestosa!
Sempre foi e será eterna guerreira!
Quanta sombra ela deu para nós cá da cidade!
De toda e qualquer idade!
Dos seus frutos de toda variedade!
Crianças e velhos sentem saudade!
Está muito sofrida!
Com seu tronco e galhos cortados!
Parecendo aquele velho soldado!
Voltando da guerra com seus membros amputados!
Fico comovida olhando seu resto de madeira!
Antes frondosa e altaneira!
Onde descansávamos da nossa fadiga e canseira!
Não esqueçamos que ontem ela foi uma grande guerreira
RAIDE APARECIDA SALES DE ANDRADE
domingo, 1 de abril de 2012
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