quinta-feira, 5 de abril de 2012

ANTES SELVA SELVA

ANTES SELVA, SELVA
Antes selva, selva
Hoje selva pedra
Ou melhor, selva de pedra
O que vamos deixar para nossos netos?
Lembra- se bem antigamente!
Aqui ao poente, havia selva
Rios de águas claras, não poluídas
Hoje com o aumento da população
A natureza encontra- se sem vida

O tal progresso a contaminou
Já não existem madrigais,
Nem pardais
Nem as maritacas nos pinheirais
Nem  coqueirais
O sol rasgou a cerração
Deu lugar ao aquecimento global
A  tal globalização
É a modernidade que vive o cidadão

O que defendemos?
O que admiramos?
Onde habitamos?
Onde habita o pobre, o rico e o nobre?
Acompanhe o deslize da ecologia
Donde nasce o desejo de retratar, escrevinhar
Não precisa ter a sabedoria dos sábios
Mas sim daqueles mais velhos
Aprende se olhando o passado

Necessita-se da sabedoria da alma
Não precisa cursar grandes faculdades
Mas sim cursar a faculdade da vida
Ás vezes atrevida
Outras vezes dolorida
Não é o mesmo retrato de outrora
Não existem as grandes árvores centenárias
O ambiente é tão quente agora
Hoje predomina o concreto
Será selva de pedra que vou deixar para o meu neto?
Autora: Raide Aparecida Sales de Andrade

terça-feira, 3 de abril de 2012

O Por do Sol e algo mais

O Por do Sol e algo mais
Amarelando e vermelhando a imensidão,
Um horizonte em chamas,
Também o arco Iris,
Isto é, arco da velha para os antigos
Onde se ocultava um pote de ouro,
Um valioso tesouro,
 Aliança de Deus com Noé,
No presente,
A aroeira,
No caminho do rio, a lavadeira
O Ipê roxo, o ipê branco,
A quaresmeira,
A fauna e a flora,
As águas as nascentes,
Os poucos sobreviventes
Das enchentes,
Antigamente, um verdadeiro Oasis.
Só resta uma tapera,
Antigamente, uma casa de pau a pique,
Ou casa de taipa com cobertura de sapé,
Verdadeira arquitetura da terra.
O cupinzeiro, o formigueiro.
A casa do João de Barro num pinheiro.
Um capinzal
Para alguns tudo isso é banal
Não passa de um capim vulgar
Mas tudo isso. É motivo para escrevinhar.
RAIDE APARECIDA SALES DE ANDRADE

O Sertão Quase Uma Lenda

O SERTÃO QUASE UMA LENDA
O sertão vai virar mar
O mar vai virar sertão
Para tomar banho de mar
Não terá mais condição
Hoje é uma lenda
Acabou-se o sertão
É uma saudade
Lá se foi
O ronco preguiçoso do carro de boi
As campinas, os escampados
Os cerrados
Pelo lápis cinzento do asfalto
Foram riscados
O caboclo jamais será vislumbrado
O homem do campo
O homem de sela
A pinguela
A tapera, a estradinha singela
O ranchinho pitoresco
Beirando a estrada
A vereda silenciosa enfeitada
Os buritis altaneiros
Coloridos pelo gorjeio
Que vem da passarada
Iguais às cores de uma aquarela
Hoje substituído pela modernidade
Emendando- se com a cidade
Já tomando conta do sertão
Não existe mais o sertão de lua cheia
A noite cheia de poemas
Aqueles originais
Do crepúsculo além dos pinheirais
Das árvores em centena
O sertão quase uma lenda
Não existe mais
RAIDE APARECIDA SALES DE ANDRADE

Obra do Supremo Criador

OBRA DO SUPREMO CRIADOR
Ver a baixada e o baixadão
O homem com seu enxadão
Derramando suor no chão
Nas ruas de sua plantação
Para alimentar sua população

Eu sonhando num ônibus
O ônibus passa veloz
Pelo asfalto indo apressado
Vejo a beleza dos lados
Nos pequenos arbustos, nas lindas samambaias
Sentindo o vento a passarada
As cigarras a cantar
A quaresmeira a florir
O agricultor a sorrir
O milharal abafar
Muita boca sustentar

O milho depois secar
A semente colher
O ônibus ainda a correr
A árvore grande na colina
O pequeno rio com sua água cristalina
Eu dentro do ônibus a sonhar

Aqui a poluição não contamina
A plantação do feijão
Com seus grãos já maduros
Estão prontos para colher
O ônibus e o riacho a correr
A casinha cor de rosa no pé da serra

A quaresmeira ainda em flor
As vaquinhas pastando ao seu redor
O João de Barro e a Joana celebrarem o amor
O jardim com suas florzinhas silvestres e singelas
Lilás, rosa, e amarela
Completando a mais linda aquarela
A lagoa o tabual
A cantoria dos sapos e seu coral
No taquaral
Obra do Supremo Criador
Autora: Raide Aparecida Sales de Andrade
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    Como é bom sonhar

    COMO É BOM SONHAR
    Como é bom reencontrar o verde
    Num campo seco
    Onde sofre e com as conseqüências do calor
    Também sofre o criador
    Ao ver morrer tanta gente
    Só se escuta o clamor vindo dum povo demente
    Já na Natureza não existe mais flor
    Quase não se celebra o amor
    Autora: Raide Aparecida Sales de Andrade

    Mamãe ficou velhinha

    MAMÃE FICOU VELHINHA
    Já havia reparado
    Algum tempo ela dormia mais cedo
    Desequilibrava- se do nada
    De tudo sentia saudade
    Mamãe ficou velhinha
    Muitas vezes eu me entristecia

    Ela caminhava toda cuidadosa
    Às vezes quase caía
    Havia passado maus bocados
    Hoje eu a quero nos meus braços aconchegados
    Mesmo estando velhinha
    Não vou deixar minha mãe sozinha

    Você ainda é bela
    Mesmo que sua pele esteja enrugadinha
    Mamãe amo te tanto
    Se você chorar
    Com meus beijos vou enxugar seu pranto
    Sempre sua memória some
    Mamãe ficou velhinha

    Mesmo abatida e cansada
    Sempre será “a rainha do lar”
    Merecerá um Oscar
    Mesmo se o tempo passar
    Sua existência eu quero aproveitar
    Irei sempre te amar
    Frágil! Não quero vê-la ficar
    “Psiu,” Mamãe, de você  vou cuidar
    RAIDE APARECIDA SALES DE ANDRADE

    Algumas Justificativas

    Algumas justificativas
    Se chorar por ter perdido o sol
    Tuas lagrimas te impedirá
    De ver as estrelas
    E a beleza ao SEU redor

    Se a vida te oferecer um limão
    Mesmo SENDO azedo
    Aproveite-o
    Faça uma BOA limonada

    Se alguem lhe atirar uma pedra
    Não a jogue de volta
    Construa sua morada
    Não vale a pena retibuir a pedrada
    RAIDE

    Algumas Justificativas

    Algumas justificativas
    Se chorar por ter perdido o sol
    Tuas lagrimas te impedirá
    De ver as estrelas
    E a beleza ao SEU redor

    Se a vida te oferecer um limão
    Mesmo SENDO azedo
    Aproveite-o
    Faça uma BOA limonada

    Se alguem lhe atirar uma pedra
    Não a jogue de volta
    Construa sua morada
    Não vale a pena retibuir a pedrada
    RAIDE

    segunda-feira, 2 de abril de 2012

    como é belo

    Como é belo
    Lá estão as cascatas
    Contrastando com o verde musgo das pedreiras
    Com suas águas espumantes iguais as geleiras
    Escurecendo  em baixo as funde iras
    De vez em quando saltando
    Alguns lambaris prateando
    Eu do alto das pedras observando
    Hora ou outra escuto a cigarra cantando
    Camuflada num tronco sapecado
    O sol vem queimando o meu bronzeado
    Existe o pouco verde no cerrado
    Algumas rochas são de uma beleza sem par
    Perco a fala. Fico no silencio
    Só quero olhar
    Cada curva subindo na pedra
    Parece escada dum castelo
    Visto do alto
    Como é belo
    Vejo também do alto as cavernas
    Que resistiu a idade da pedra
    Não são só bonitas
    Mas sim uma sábia arquitetura
    Uma bela pintura
    Feita por nossos antepassados
    Hoje pouco divulgada
    Só agora as cavernas são exploradas
    Nas poesias são declamadas
    RAIDE APARECIDA SALES DE ANDRADE

    a velha guerreira

    A VELHA GUERREIRA

    Saímos logo de manhãzinha!
    A perambular por aí!
    Observamos e conversamos a respeito da natureza!
    Muita tristeza eu senti!

    Caminhamos por uma trilha!
    Antes considerada uma maravilha!
    Hoje não é aquela mesma de outrora!
    Por que a mão do homem a está destruindo agora!


    Está acabando com a natureza!
    Diz que é para o bem do povo
    Desde aquela vertente de água cristalina
    Onde hoje a poluição humana contamina!

    Vimos uma arvore anciã toda arqueada!
    Enrugada pelo passar da idade!
    Parecendo uma velha mãe  cansada!
    Cabisbaixa recordando sua mocidade!

    Quando era jovem, bela e formosa!
    Altaneira e faceira!
    Lutou contra ventos e tempestades majestosa!
    Sempre foi e será eterna guerreira!

    Quanta sombra ela deu para nós cá da cidade!
    De toda e qualquer idade!
    Dos seus frutos de toda variedade!
    Crianças e velhos sentem saudade!

    Está muito sofrida!
    Com seu tronco e galhos cortados!
    Parecendo aquele velho soldado!
    Voltando da guerra com seus membros amputados!

    Fico comovida olhando seu resto de madeira!
    Antes frondosa e altaneira!
    Onde descansávamos da nossa fadiga e canseira!
    Não esqueçamos que ontem ela foi uma grande guerreira
    RAIDE APARECIDA SALES DE ANDRADE






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