terça-feira, 3 de abril de 2012

O Sertão Quase Uma Lenda

O SERTÃO QUASE UMA LENDA
O sertão vai virar mar
O mar vai virar sertão
Para tomar banho de mar
Não terá mais condição
Hoje é uma lenda
Acabou-se o sertão
É uma saudade
Lá se foi
O ronco preguiçoso do carro de boi
As campinas, os escampados
Os cerrados
Pelo lápis cinzento do asfalto
Foram riscados
O caboclo jamais será vislumbrado
O homem do campo
O homem de sela
A pinguela
A tapera, a estradinha singela
O ranchinho pitoresco
Beirando a estrada
A vereda silenciosa enfeitada
Os buritis altaneiros
Coloridos pelo gorjeio
Que vem da passarada
Iguais às cores de uma aquarela
Hoje substituído pela modernidade
Emendando- se com a cidade
Já tomando conta do sertão
Não existe mais o sertão de lua cheia
A noite cheia de poemas
Aqueles originais
Do crepúsculo além dos pinheirais
Das árvores em centena
O sertão quase uma lenda
Não existe mais
RAIDE APARECIDA SALES DE ANDRADE

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