quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Tragédia da Professorinha

Ela era jovem e bonita
Ainda pouco formada
Usava laço de fita
Buscava a escola sonhada
Lá pra banda da baixada
Sua sorte foi traçada

Mocinha inteligente
Muito vaidosa e atraente
Usava e gostava de minissaia
Não se importava com a mente
De toda aquela gente do sertão
Importava mesmo, era sua vocação.

A professorinha era brava
Queria ensinar demais
Dava aula de manhã
Inda à noite pra rapaziada
Só não sabia ela
Que alguns eram cobras criadas

Ela muito queria
Que eles aprendessem tabuada
Da mesma forma a gramática
Também por ela ensinada
E fizessem muita experiência
A sua aula de ciências

Despertava paixão e ódio
Naquela gente ruim
Que fora tomando raiva
Da jovem professorinha
Nem por sonho ela imaginava
Que sua vida estava curtinha

Um homem se fazendo de louco
Naquele mato distante
Espreitava a professorinha
Esta muito confiante
Coitadinha, nada sabia!
Que à distância, o cabra a seguia.

O maldoso a observava
Da baixada do Matão
Seus movimentos ele controlava
Escondido no grotão
Em felino se transformava
Com a bravura de um leão

Chegando ao alto do monte
Em frente ao capoeirão
O bandido ataca a professorinha
Arrancando suas vestes então
Dando-lhe um enorme bofetão
Seu corpo tomba e cai ao chão

Na escola nunca faltava
Ela que era pontual
A criançada se alvoroçava
Pois pressentira o grande mal
Que aconteceria a professorinha
Beirando o matagal

Aquela cena horrível
Por aquela gente jamais esquecida
Beirando o matagal
Aquele corpinho sem vida
Envolvido por um jornal
Levando um sonho e um ideal
Apiaí perde a bela professorinha
Nas mãos de um anormal

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